Crítica: ‘A Noite dos Mortos-Vivos’(1968), de George A. Romero

Responsável por nortear e solidificar uma nova vertente ao conceito de criaturas mortas que retornam à vida procurando por carne humana, denominadas popularmente de Zumbis, ‘A Noite dos Mortos-Vivos’ acaba se caracterizando por ser uma obra crua, muito parecida com sucessos posteriores do gênero realizados com a mesma limitação orçamental. George A. Romero, na sua primeira direção de longa-metragem, realiza aqui um trabalho hercúleo, dando quase todos os toques necessários que o orçamento pequeno não propiciou ao filme.

A trama do filme vai nos trazer a história de um grupo de pessoas que se veem presas em uma casa de campo quando parte da população começa a se comportar de maneira estranha, atacando os outros e se tornando praticantes do canibalismo. O filme se concentrará, durante seus 96 minutos de duração, na luta dessas pessoas por se manterem vivas e entenderem o que está acontecendo com aquela parte da população.

O filme não entrega muitas explicações sobre o que está acontecendo no lugar. A proposta do roteiro, escritor por Romero e John A. Russo, é fazer com que o espectador saiba exatamente a mesma coisa que os personagens do filme. Essa decisão favorece o sentimento de imersão a obra por parte de quem a assiste. Nos sentimos desorientados e frágeis, assim como os personagens, procurando descobrir em cada fragmento de explicação que o filme oferece o necessário para juntar as peças desse enorme quebra-cabeça que segue a trama.

O avançar do filme vai desnivelando alguns dos mistérios acerca dos estranhos acontecimentos do lugar. É sempre por meio da figura da televisão que somos informados da magnitude dos conflitos. Essa exacerbação no uso da televisão como instrumento para preencher lacunas do roteiro irrita em determinados momentos. Porém, nem todos os mistérios são destrinchados pelo filme no que diz respeito a seus personagens.

Os personagens do filme jamais são introduzidos da maneira comum, entregando suas histórias de vida e suas personalidades. Não. Aqui os personagens são jogados em tela, sem histórias anteriores, não sabemos suas motivações ou suas constituições como pessoas. Isso é extremamente benéfico para a atmosfera de distanciamento entre personagens e espectador que o filme propõe. Essa falta de conhecimento das pessoas que permeiam aquele ambiente somente aumenta a sensação de imersão àquele cenário devastado, invadido por criaturas comedoras de carne.

A visão que o filme faz de zumbis é extremamente crua para os padrões conhecidos atualmente. No entanto, foi exatamente essa visão de Romero que iniciou toda uma construção de um novo arquétipo sobre o tema. Obviamente não é o primeiro filme sobre o tema, a origem oficial de zumbis no cinema é oriunda da década de 1940, mas é o responsável por difundir toda essa cultura.

Romero utiliza em sua direção um ritmo mais lento, utilizando muito de enquadramentos desconexos, com uma cinematografia um tanto quanto psicodélica, que evidencia a bizarrice que permeia os acontecimentos do local. Esses enquadramentos foram bastante característicos do gênero na década, junto com a edição frenética que consegue fazer uma colagem rápida dessas cenas. E é exatamente com essa figura da edição que o filme consegue seu maior acerto. Esse tipo de edição teve seu ponto alto na década de 1960 no filme ‘Repulsa ao Sexo’(1965), de Roman Polanski, e Romero soube pegar essas referências para fazer seu trabalho. Romero fez o trabalho hercúleo de comandar todos esses elementos citados(direção, roteiro, cinematografia e edição). O diretor ainda escolhe em determinado ponto do filme em impor o “gore” ao público, utilizando cenas extremamente simples, mas que conseguem exercer bem seu papel na história.

Um ponto que talvez deixe um pouco a desejar é o uso contido da trilha sonora. Grandes obras do gênero, com pequenas exceções, como o magnífico ‘O Massacre da serra Elétrica’(1974), são sempre pautadas em uma trilha sonora robusta. E é exatamente esse elemento que falta aqui. Ela é até usada com competência em alguns momentos, mas é nas cenas com ausência de ação que a sua falta acaba prejudicando muito o filme.

O elenco acaba não se fazendo essencial para o desenvolvimento do filme. Aqui temos uma conjunção de atores medianos e ruins dando vida a diversos tipos de personagens. Suas atuações se limitam a ações físicas e gritos, algo que o próprio filme fornece a eles. E, para isso, todos ali estão bem.

‘A Noite dos Mortos-Vivos’ é um filme regular em sua completude. O belo trabalho de Romero é o que dá brilho ao filme e o faz como essencial no cinema de horror. O diretor escolhe por nos presentear com uma obra extremamente autoral, realizada com muito empenho e competência. Essa onda gigantesca da cultura zumbi hoje em dia, se é que podemos chamar assim, jamais atingiria tais pontos sem este filme.
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