Crítica: ‘A Autópsia’(2016), de André Øvredal

Utilizando dos elementos tradicionais contemporâneos do gênero, André Øvredal tenta nos entregar um filme de terror denso e cheio de reviravoltas. A estética visualmente agressiva necessária ao filme, uma edição rápida e a trilha sonora que tenta criar determinados sentimentos no espectador surgem como os pontos de maior qualidade na obra. No entanto, a quantidade infindável de “jump scares”, a utilização exacerbada de tomadas repetitivas e a presunção do roteiro fazem com que ‘A Autópsia’ se norteie como um filme comum no gênero.

A história do filme nos coloca em uma noite aparentemente normal em mais um dia de trabalho na vida de Tommy e Austin, dois legistas oriundos de uma família respeitada no assunto. Apesar de seu pai(Tommy) esperar que ele continue o trabalho da família, Austin nutre o desejo de deixar essa vida para trás, porém ainda não sabe como contar para ele seu desejo. Quando um corpo de uma jovem mulher anônima chega ao lugar para uma autópsia emergencial, Tommy e Austin decidem estender suas cargas horárias, iniciando uma busca incessante pela causa da morte da jovem. No entanto, quando começam a notar sinais estranhos no corpo, coisas estranhas tomam conta do lugar. O filme passará seus 86 minutos de duração na busca dos dois para respostas para tudo o que acontece no local e com aquele estranho corpo.

O início do filme é produtivo. A direção utiliza os minutos iniciais para demarcar, de maneira discreta, os ambientes que vão ser explorados dentro da casa de necropsia. Veremos como aquele ambiente é retrógrado e um tanto quanto assustador. Esse início também servirá para o filme nos colocar a par do mistério que vai permear toda sua duração.

Esse mistério, inicialmente, é bem construído, utilizando de uma câmera que explorará todos os nuances do corpo da jovem que é disposto aos legistas, bem como a emanação de um sentimento de desconforto dos demais corpos contidos no lugar. E é nesse momento que a direção encontra seu momento de maior acerto.

Toda essa figura dos corpos sendo analisados e, quase que literalmente, destrinchados, é extremamente bem produzida. Há aqui um respeito a todos os detalhes contidos no interior dos corpos, mais especialmente da jovem, onde veremos isso exposto sem concessões. São inseridos nessas cenas elementos como cortes, extrações, sangue e outras variáveis que estão ali para incomodar o espectador. E o mais legal é que tudo o que é exposto é extremamente necessário para a proposta do filme. A gratuidade neste momento é inexistente.

Os erros começam a aparecer quando o roteiro se propõe em adentrar mais afundo nos desnivelamentos dos mistérios sobre o tal corpo. Tudo é trazido ao espectador de uma forma superficial demais. As respostas vão pipocando na cabeça dos personagens simplesmente do nada. Cada estímulo para a história retirado do corpo da jovem, a fonte inescapável para todas as respostas, são brevemente analisados e respondidos sem que o espectador não tenha a chance de formular alguma teoria para o fato. E não é só isso, a pequena sala em que é feita a autópsia parece ser uma fonte inesgotável para respostas. Quando um dos personagens não sabe exatamente o que determinados sinais representam, eles recorrem a livros contidos naquele lugar. Livros que batem exatamente com o mistério do momento. E esses erros continuam quando o diretor tenta construir cenas que evocarão sustos no espectador.

Não há uma única construção limpa de sustos contida neste filme, cada cena mais intensa recorre unicamente aos populares e patológicos “jump scares”. Mas isso não é o maior problema aqui, o grande erro é o de antecipar todos essas cenas. O espectador sabe o que vai acontecer momentos antes de o susto ser exposto. Isso para um filme de terror é terrível e impede que possamos absorver toda a substância do gênero que é a de assustar o público.

A trilha sonora de Danny Bensi e Saunder Jurriaans tenta contornar esses erros na hora de trazer sustos, utilizando composições fortes e rústicas nas cenas mais negligenciadas. A trilha sonora norteia toda a obra, mas acaba se fazendo demasiada em alguns momentos, apesar de sua boa qualidade.

A edição também consegue claramente se destacar durante o filme. Peter Gvozdas e Patrick Larsgaard fazem um belo trabalho em dar agilidade na trama. Por se passar em cenários limitados, focando quase que exclusivamente na sala de autópsia, o filme corria um grande risco de se tornar insosso em determinados momentos. Porém, não é o que notamos aqui. São utilizados cortes rápidos, que, em fração de segundos, mostrarão quadros diversos, cada um revelando um personagem em determinada ação, seja ela qual for. Isso trabalha por deixar o filme leve.

Não há muito espaço para falar sobre as atuações. Os dois componentes atuantes no filme, Brian Cox e Emile Hirsch, estão muito bem, entregando uma química natural contida em suas relações. Ambos estão discretos, não regem suas atuações por gritos, expressões e gestos apelativos, algo que já é de se enaltecer.

‘A Autópsia’ é um filme limitado e comum, mas sua curta duração e seu ritmo bem conduzido faz com que a experiência de assisti-lo seja suave e tranquila. As cenas são bem feitas por seu diretor, com foco para a autópsia em si, pecando na hora de causar medo ou agitação no espectador.
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