9º – Cada um Vive Como Quer (Bob Rafelson, 1970)Acompanharemos o cotidiano de um jovem pertencente a uma família de classe alta que decidiu deixar tudo para trás e viver uma vida comum. Suas angústias, dilemas, seu modelo exacerbado de lidar com o aparato humano, suas amizades, seu relacionamento turbulento com sua namorada e sua visão sobre o trabalho são destrinchadas pelo filme durante os 98 minutos de projeção. Pérola do ano de 1970, ‘Cada um Vive Como Quer’ explicita como cada sujeito possui sua camada subjetiva bastante evidente que impede que aquela visão tradicional sobre a vida seja única e inalterável. A obra ainda expõe os dramas existenciais de um homem completamente sem rumo no mundo, e que sofre por essa falta de sentido. Seu final ousado, sem deixar de trabalhar com toda a aura de suavidade regida durante todo o resto da obra, coroa e faz que esta opção chegue bem próxima da alcunha de obra-prima. Ah, e como se tudo isso não fosse o bastante, ainda possuímos Jack Nicholson como protagonista em uma atuação comovente e extremamente visceral.
8º – Um Lance no Escuro (Arthur Penn, 1975)Um investigador particular é contratado por uma mulher cujo a filha adolescente desaparecera, tendo que se inserir nos meandros do misterioso sumiço da garota. O filme ganha a sua substância quando o homem começa a enfrentar, conforme a investigação caminha, uma degeneração de todos os aparatos de sua vida, com sua esposa o traindo, seu passado turbulento voltando à tona e seu dia a dia cada vez mais vazio. Obra-prima menosprezada da década de 1970, ‘Um Lance no Escuro’ é um filme que impressiona pelo rigor de seu roteiro irretocável, a direção produtiva de Arthur Penn e a atuação potente de Gene Hackman, trabalhando por investigar o beco sem saída que é a vida de um homem de meia-idade.
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