Crítica: ‘Chove Sobre Nosso Amor’(1946), de Ingmar Bergman

Nutrindo um roteiro fraco, ‘Chove Sobre Nosso Amor’ é praticamente ausente dos elementos que caracterizariam a carreira de Ingmar Bergman. Um filme que peca pela confusão em sua história, nos personagens mal construídos, no ritmo extremamente irregular e na edição fraca. Ainda teremos soluções superficiais para problemas narrativos e uma introdução pouco habilidosa de situações cômicas.

O filme vai nos trazer a história de Maggi e David, duas pessoas que se conhecem após uma jogada do acaso. Os dois logo desenvolvem um relacionamento de carinho e amor entre si, lutando contra os percalços que a vida lhes oferece. A trama do filme se concentrará nessa luta dos dois para conseguirem construir suas vidas em meio às limitações financeiras e o ódio social.

Desde seu início o filme sofre com a falta de ritmo em seus desmembramentos. Não há aqui uma conjunção de fatores aceitáveis que liguem o casal do filme. A relação dos dois é consumada de uma forma muito apressada, não passando veracidade ao espectador. Isto é evidenciado pela quantidade praticamente nula de diálogos entre os dois no início do filme.

Teremos um tom bastante novelesco durante todo o filme. E isso passa longe de ser algo positivo. Teremos grandes clichês(já naquela época) como, por exemplo, a ingenuidade latente dos protagonistas, a figura de um antagonista mostrada por meio de enquadramentos fechados, onde o personagem revela caras e bocas tradicionais, e o retorno de elementos do passado dos personagens que assombram o presente e colocam em risco o futuro de suas vidas.

É trabalhado pelo filme também a figura de um narrador que quebra a quarta parede, falando diretamente conosco em alguns momentos. A primeira aparição do narrador e sua conversa com o público é positiva, norteia alguns caminhos do filme. Entretanto, o narrador demora a voltar a aparecer e quando o faz acaba soando como um recurso superficial para esconder, ou preencher, buracos no roteiro.

Em algumas entrevistas durante sua vida, Ingmar Bergman confessou o sentimento de dívida em meio as suas investidas em filmes de comédia, achando que suas obras do gênero deixaram a desejar. Aqui esses problemas aparecem também, embora seja uma obra que se aloque no gênero dramático. E eles são bem evidentes.

Já na reta final do filme entraremos em um emaranhado de cenas introduzidas na história que tentam ser cômicas, a fim de aliviar um pouco a carga dramática. Essas cenas são extremamente fracas e previsíveis, com piadas ruins e um humor físico sofrível.

A direção do sueco é ruim, assim como o todo, porém deixa um leve esboço do que o cineasta eternizaria nas suas maiores obras. De uma maneira bem rápida, temos o protagonista destilando toda sua angústia quanto aos rumos ingratos que sua vida acaba levando, onde Bergman utiliza um enquadramento deixando o ator em evidência em relação ao ambiente. Não é algo semelhante, por exemplo, aos enquadramentos perfeitos que Sven Nykvist levaria ao extremo em filmes como ‘Persona’(1966) e ‘Gritos e Sussurros’(1972), mas já é algo mais comum ao cinema de Bergman.

E, já que lembrei do maior nome da história do cinema quando falamos em cinematografia, vale adentrarmos na fotografia deste filme aqui, feita por Hilding Bladh e Göran Strindberg. Passaremos longe de termos um trabalho ruim, mas não há nada que se destaque e chame a atenção do espectador. Os quadros não possuem uma profundidade natural e acabam por não causar uma sensação de imersão no espectador. É claro que a limitação territorial imposta pelos ambientes norteia a possibilidade de Bladh e Strindberg fazerem algo que se destaque.

Outro ponto negativo do filme é a edição precária de Tage Holmberg. As cenas parecem não se ligar muitas vezes. Já em outras, o corte acaba sendo abrupto demais, não deixando as tomadas prosseguirem até seu final. Toda essa incompetência da edição fica bem latente na cena final do filme.

O elenco do filme está regular. Temos Barbro Kollberg e Birger Malmsten nos personagens centrais do filme. Ambos estão bastante empenhados em seus papéis, porém acabam pecando em alguns momentos ao usar um tom muito teatral nas suas performances. Ainda contamos no final do filme com uma pequena participação do excelente Gunnar Björnstrand. Em poucos minutos de tela o ator consegue ser o único elemento do filme inteiro que obtém sucesso em sua investida, conseguindo soar bastante engraçado na caracterização de seu personagem.

‘Chove Sobre Nosso Amor’ seria um filme completamente esquecido poucos anos após seu lançamento se não fosse dirigido por Ingmar Bergman. A obsessão por tudo que o sueco realizou em sua carreira nos leva até este filme. E, apesar dos inúmeros equívocos intrínsecos a sua substância, o filme merece ser assistido. Podemos ver nele um pouco do “zeitgeist” presente na Suécia da época. Bergman também assina o roteiro, mas passa longe de escrever algo com total liberdade.
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