Crítica: ‘Crash – Estranhos Prazeres’(1996), de David Cronenberg

Promovendo uma introdução nada aprazível ao mundo das diversas parafilias que permeiam o ser humano, David Cronenberg traz um filme dinâmico, mas que falha na exposição demasiada de um conteúdo sexual exacerbado. ‘Crash – Estranhos Prazeres’ ainda consegue se aproveitar de elementos positivos, um elenco com uma boa química, uma trilha sonora imersiva e diversos conceitos interessantes sobre as ramificações da sexualidade humana.

A trama do filme, baseada no romance de J.G. Ballard, apresenta o personagem de James, um diretor de televisão, que, após sofrer um grave acidente de carro e passar meses internado em um hospital, conhece um estranho grupo de pessoas que encontram prazer no ato de vivenciar ou assistir batidas de carros. O filme ganha ritmo quando James passa a ficar completamente envolvido pelas pessoas do grupo e suas estranhas formas de obterem prazer, resultando na sua inserção em um mundo denso e perigoso.

O cerco inicial do filme apresenta uma quantidade absurda de cenas de sexo. Aqui, são três cenas diferentes expondo um conteúdo gráfico sexual intenso em menos de 7 minutos. Essa investida faz com que o espectador venha a se ambientar nas formas que o filme conceberá sua trama nos próximos 100 minutos.

Sempre pautando-se em uma dinamicidade latente, o filme trabalha por expor uma atmosfera fria e misteriosa. Uma fotografia escura, a trilha sonora densa e envolvente proposta por Howard Shore e a decisão de reger as diversas formas de intercâmbio social dos personagens de maneira inócua e pouco substancial conseguem impor essa aura misteriosa ao espectador.

O ponto alto de toda a obra é a facilidade com que David Cronenberg consegue expandir uma forma errática do ser humano ter contato com o mundo. Cronenberg consegue fazer isso de forma leve, expondo toda uma beleza quase que inexistente em atos tão extremos e patológicos. Apesar de reger sua filmografia baseado no que há de mais estranho e bizarro no mundo e no homem, aqui, Cronenberg atinge o ápice.

O conceito de parafilia se define como um comportamento desviante em relação ao sexo. Em geral, o indivíduo acometido com o distúrbio desvia seu prazer para um objeto em específico, transcendendo o âmbito tradicional do coito. As ramificações parafílicas são das mais variadas, seus objetos de prazer podem ser encontrados de diversas formas. E, aqui, teremos indivíduos que se enquadram em vários dos desvios.

Os personagens estudados demonstram, sempre tendo o ato do acidente com veículos como fonte primária de prazer, sadismo, masoquismo, exibicionismo e voyeurismo. Os 100 minutos de duração do filme são um desfile de distorções sexuais. No entanto, haverá um exagero ao trazer um conteúdo gráfico insistente e pouco necessário à obra.

Conforme avançamos para a camada final do filme, ficará evidente o erro ao trazer muitas cenas de sexo. O filme é repleto de cenas com conteúdos gráficos. Até aí, não teremos necessariamente um problema pelas cenas em si. O problema se concentra no tamanho total da obra, que perde muito de sua substância ao ceder um tempo grande para as cenas de sexo que poderia ser utilizado no desenvolvimento da história. Os personagens tão interessantes contidos no filme, poderiam ter sido estudados de forma mais intensa. No entanto, esse erro não descaracteriza o filme.

A direção exercida por Cronenberg é positiva. O diretor sabe como poucos proporcionar às suas obras um paradoxo atraente, com trabalhos de atmosfera impecáveis, dando beleza à camadas simples de histórias ou personagens. Os erros do diretor já estão explicitados acima, mas podemos dizer que a parte produtiva de sua direção acaba por sobrepujar qualquer equívoco.

No campo do elenco, teremos James Spader, Holly Hunter, Elias Koteas e Deborah Kara Unger comandando a parte central da história. Unger é a que menos se destaca no filme, pautando sua atuação mais na sua compleição física. Hunter está muito bem, conseguindo emanar um misto de mistério e sedução em seus atos. Porém, o destaque vai para Spader e Koteas. Ambos possuem atuações intensas à frente de seus personagens, dando uma dinâmica ainda maior do que o próprio filme propõe nas cenas que estão inseridos.

As temáticas pouco exploradas no cinema, assim como a beleza que Cronenberg propõe às instâncias anormais intrínsecas a determinados indivíduos, tornam a experiência de assistir a este filme positiva. No entanto, a proporção que os erros causam ao desenvolver da história limitam a experiência de assistir a ele. ‘Crash – Estranhos Prazeres’ apresenta ao seu espectador um Cronenberg mais ousado em suas investidas, não empregando sensos morais no filme, jamais condenando as atitudes de seus personagens, por mais estranhas e reprováveis que elas sejam, deixando a encargo do espectador este trabalho.
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